Legalmente regida pela Portaria n° 3.214, NR 5, item 5.16, letra “O”, a SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho – deve ser realizada anualmente pelas empresas, durante o expediente. O objetivo é levar aos colaboradores – e através deles, às suas famílias – informações capazes de contribuir com sua saúde e bem-estar. Entre os temas obrigatórios da SIPAT figuram o alcoolismo, o tabagismo e as ISTs/AIDS.
Atualmente, todas as atenções estão voltadas para o combate à COVID-19. Mas é importante que não esqueçamos que as ISTs/AIDS continuam aí, comprometendo a saúde e a imunidade de trabalhadores e de suas famílias. As SIPATs – sejam presenciais (resguardadas todas as medidas de segurança sanitária) – sejam online, continuam sendo uma importante ferramenta na disseminação de informação de qualidade sobre o assunto, no esclarecimento de dúvidas e na preservação da saúde de trabalhador.
Como fisioterapeuta pélvica, psicanalista e sexóloga venho, há mais de 20 anos palestrando em SIPATS de empresas de vários portes e segmentos de mercado. Considero que essas semanas cumprem um papel importante na prevenção das ISTs/AIDS. Os encontros revelam-se extremamente frutíferos. Os participantes não apenas aprendem, mas esclarecem dúvidas de extrema importância em relação ao sexo seguro, seus porquês, necessidade e implicações.
Apesar de toda a minha experiência, ainda me espanto com a relativa ou baixa intimidade do público com o tema ISTs/AIDS. Mesmo sendo o Brasil referência mundial na adoção de políticas públicas de combate, tratamento e controle do HIV, há poucas e descontinuadas campanhas de prevenção. Isso resultou num aumento expressivo das infecções na década passada, algo que necessita urgentemente ser revisto.
Nesse sentido, defendo a importância das empresas cumprirem o seu papel no tocante à orientação do público interno, principalmente em relação aos jovens. Muito provavelmente por não terem presenciado a explosão da AIDS nos anos 1980, entre outros fatores, sua percepção de risco quanto a esse quesito é preocupante.
Dados do Ministério da Saúde veiculados no final de 2019 revelam que há crescimento das infecções por HIV na faixa etária dos 20 aos 34 anos. Elas respondem por 57,5% dos casos notificados em todo o país. Fora isso, estima-se que 135 mil pessoas não sabem ser portadoras do vírus, tornando-as potenciais vetores na disseminação do HIV.
Segundo a UNAIDS, o Brasil caminha na contramão das estatísticas. Entre 2010 e 2018 apresentou aumento de 21% no total de casos de HIV contra a média latino-americana de 7%. Isso acende o alerta vermelho para as autoridades sanitárias. Fora isso, é necessário destacar que há quase um equilíbrio entre homens e mulheres portadores do vírus, portanto a todos cabe se cuidar.
É preciso orientar as pessoas a se proteger, usar preservativos em todas as relações vaginais, anais e orais. Urge quebrar tabus, incentivar a testagem de quem não a fez ou tem dúvidas se assim deve proceder. Nesse sentido nada melhor que um papo sincero, frente a frente, proporcionado pelas SIPATs.
Um ponto que me chamou a atenção quando de minha passagem como Assessora Técnica da Comissão do CRT – IST/AIDS – CEAIDS/SP, foi que as pessoas não têm uma clara visão a respeito do sexo oral como prática de risco. Resultado? A transmissão de ISTs graves como blenorragia, a famosa gonorreia, clamídia e sífilis vem crescendo mundo afora. Se as pessoas usassem camisinha regularmente ao praticar o sexo oral, essas doenças tenderiam a ser contidas.
Para contratar uma palestra para a SIPAT de sua empresa, entre em contato pelo Whatsapp 11 99996-3051. Conheça também, neste link, o portfólio de palestras de Lelah Monteiro sobre relacionamento e sexualidade para a homens, mulheres, jovens, idosos, casais e famílias.