Lorena Roje, da Revista Nós, veículo laboratorial do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) procurou-me para falar de um tema que, para muitos, ainda é tabu: a masturbação feminina e o uso dos chamados “sex toys”. Particularmente, acho essa pauta muito importante, pois ainda hoje as mulheres são bombardeadas por uma série de preconceitos e informações falsas que as relegam a uma situação de desconhecimento do próprio corpo e do prazer, e as limitam numa vida de insatisfação sexual e vergonha.
Compartilho com vocês alguns trechos da minha participação na matéria, mas convido-os a ler o conteúdo na íntegra no site da Revista Nós – que está muito boa – neste link: https://revistanosufu.wordpress.com/2021/06/19/vibrando-prazer/.
“Para Lelah Monteiro, que é psicanalista e sexóloga, a influência religiosa pode modificar o descobrimento sexual individual da mulher. Segundo Monteiro, em entrevista para a Nós, aos 11 anos já sentia vontade de descobrir seu corpo e experimentá-lo, mas por vir de uma família com influência católica que ensinava que se tocar era um pecado mortal, ela se sentia desmotivada a se autoconhecer. ‘Fui ter meu primeiro orgasmo já casada. Demorei muito para me permitir, me perceber, para entender que isso é um presente que dou para mim mesma, não preciso de ninguém para me dar, posso ter esse prazer solo ou acompanhada, porque não existe nada de errado com esse ‘sentir’”.
“Em meio à influência legislativa, social, cultural e religiosa, somada ao fato de que a mulher esteve presa às amarras da figura masculina por muito tempo, tanto dentro das leis quanto nas relações sociais, fica fácil entender porque ainda cochichamos ao falarmos sobre sex toys e sex shops. Mas aqui vai uma boa notícia: em meio ao tabu, à coibição e à opressão, surge o desenvolvimento maciço de tecnologias do prazer feminino, como é o caso do trabalho que vem fazendo a marca erótica alemã Fun Factory, e a americana Svakom – reconhecidas por desenvolver produtos focados no prazer e anatomia femininos.
Ainda segundo a sexóloga Monteiro: ‘A tecnologia é muito bem vinda para que os corpos sejam respeitados, chega daquele formato masculino e machista! O desenvolvimento tecnológico está trazendo uma grande revolução do olhar da mulher para ela mesma e ele vem superando todas essas expectativas’”.
“A dificuldade das mulheres em relação à masturbação é imensa. Elas não se olham, não pegam o espelhinho, não conseguem colocar seus dedos, um chuveirinho, imagina usar sexs toys! Muitas mulheres paralisam quando falam desse assunto. É preciso baixar essa barreira, sair do autojulgamento e perceber que o corpo desperta quando é tocado. Temos que desconstruir tudo que nós aprendemos e o que as novas gerações estão aprendendo sobre o prazer e a possibilidade de sentir – não tem nada de errado com chegar ao orgasmo.” – Lelah Monteiro.
Aproveito para lembrar: se vocês – mulheres, mas também homens – estiverem tendo dificuldade para se permitirem esse autoprazer, uma terapia pode ajudá-los a vencer esses bloqueios. Para mais informações sobre como funciona a terapia para esses casos, ou para agendamento de sessões, entre em contato pelo Whatsapp 11 99996-3051.
Abraços.
Lelah Monteiro